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. Vincent da Rocha Dioh - 1...
. Canção de Amigo para ami...
(imagem: Velas Palermo Viejo)
... aqui deixo três velas e, por cada uma, um desejo:
- Saúde;
- Vida tranquila;
- Dinheiro suficiente para desfrutar ambas.
FELIZ NATAL!!!
E, aos poucos, a praça vai-se enchendo...
Chega gente de todos os quadrantes,
numa maré de vontades, em crescendo,
que envolve novos e velhos navegantes.
Pelas ruas circundantes, o rumor
vai-se espraiando por passeios e arcadas
e as casas, acordando do torpor,
abrem janelas em alegres gargalhadas.
Tomadas pla alegria que há na rua,
enfeitam-se e alinham os telhados.
Já há quem diga que, logo à noite, a lua
vai invejar-lhes os novos penteados
e, para não ficar aquém das casas,
será capaz de exceder-se em luz e brilho
sobre as fachadas, deixando-as como brasas
a indicar, a quem chega, qual o trilho.
E se, ao chegar, cada um vem de seu lado,
ao partir, já é só uma a direcção
- multiplicar a área do quadrado,
fortalecer a Praça da Canção.
(imagem: All in a crowd - Diana Ong AllPosters.com)
Cansam-me as mentes austeras
cingidas pela escassez
de interesse por várias esferas.
E espanta-me a insensatez
de quem louva a austeridade
fruto da incapacidade
para um pensamento aberto
quem, perante o que é incerto,
esconde a dúvida no erro
que é condenar-se ao desterro
de cumprir uma matriz
e com isso ser feliz.
Quero quem tenha do humano
a maior sabedoria,
para lidar, mano a mano,
com a vida do dia a dia,
que não vem num manual
- tantas são as variáveis -,
pelo que é essencial
que, de todos os notáveis,
ganhe quem saiba da alma
da gente que, de uma vez,
conseguiu levar a palma,
contra um fado português
"cantado por outro austero,
de corpo e de pensamento,
que, com pulso rude e fero,
fez do país monumento
ao silêncio, ao medo, à morte...
Não quero quem me lembre de tal sorte,
quem confine a uma baía o mar da vida,
insistindo numa rota já batida
que leva a um só cais,
num mar cinzento e frio, sem risco ou chama.
Quanto aos demais,
lá, onde mora o sonho e a alma se derrama
por horizontes há tanto desejados,
são cais esquecidos, são portos ignorados
pela barca de um só rumo, cega e surda
às vozes que, na amurada, se levantam,
quando o vento da vontade nasce e muda
o rumo e a rima dos versos que ao mar cantam.
Por isso, a esses cais não vai qualquer navio.
Só vai o que não teme o desafio
de inscrever no voo das gaivotas
a rima de outros versos, a espuma de outras rotas
que nunca o céu de chumbo encobriu.
Por que voltar à cinzenta rota antiga?...
se há tanto azul no mar e verde na cantiga
e a vontade de cantar não se extinguiu.
(imagem: Seagull - Ian Britton FreeFoto.com)
(imagem: Low angle view of a spiral staircase art.com)
por vezes quero pensar e não consigo
entro numa roda de mim comigo
numa espiral descendente
que sendo recorrente
já ganhou vício
junta o início
de mim
ao fim
...
.
Não se atribua à nascente
o estreito rumo de um rio
que só quis seguir em frente
e as margens nunca assumiu.
Nunca lhes matou a sede
para não perder torrente.
Nada deu, nada reteve
no seu correr indiferente.
Passou, sem delas levar
sinal de lá ter passado.
Passou, sem nelas deixar
sequer um seixo rolado.
Hoje, é apenas passagem
entre a nascente e o mar.
Apenas fez a viagem.
Nada tem a ensinar.
(imagem: Avalanche creek - William Neill - art.com)
Buscar a luz além da cúpula da floresta,
que à sombra do rochedo se entregou,
é tudo o que é preciso e é o que resta
à árvore que não se acomodou.
(imagem: Perseverance - Lone pinyon tree AllPosters.com)
De há uns dias para cá, não consigo assistir aos noticiários televisivos sem me envergonhar. E a culpa é do Darwin!...
(imagem: Embarrassed chimpanzee - Tim Davis AllPosters.com)
Nau naufragada
de que o mar bravo fez brinquedo,
levando homens
que de outros homens tinham medo,
mais do que do mar
em que iriam naufragar
numa luta desigual,
mas mais leal,
num corpo a corpo inteiro,
entre mar e marinheiro,
que, ali, a voz do senhor
não é mais do que um rumor,
soando no cais de embarque,
sumindo quando a nau parte,
rezando para que a sorte,
mais do que espantar a morte,
lhe traga a nau salva e sã,
que essa, sim, é mais irmã
do que os homens que levou.
Esses o senhor comprou
e nunca lhe faltarão,
enquanto faltar o pão.
E se os condena ao degredo
final, numa campa de água,
isso não lhe causa mágoa,
enquanto puder causar
- mais do que lhes causa o mar -
pouco pão e muito medo.
(imagem: Nau Naufragada Vincent Dioh)
"Anjo Azul"
A história da pintura do Vincent, que é um menino autista, começou quando ele tinha três anos e meio. Foi buscar canetas e lápis ao escritório dos pais e riscou as paredes da casa. Desde aí, começou a transformar tudo o que encontrava em quadros e nunca mais parou de pintar...
Assim começou. A H I S T Ó R I A D O S P O N T O S Pode ser visitada, até ao próximo dia 17 de Dezembro, em:
Hoje, passados cerca de 7 anos, vai já na 13ª Exposição de Pintura o que poderia ter terminado numa repintura de paredes, devolvendo-as à cor inicial.
Felizmente, para ele e para nós, o Vincent encontrou um ambiente familiar de entendimento e incentivo à sua forma de evasão e comunicação.
A exposição que agora decorre é subordinada ao título
ANJE (Associação Nacional de Jovens Empresários)
Casa do Farol, Rua Paulo da Gama s/n, 4169-006 PORTO
Tel.: 22 010 8000
Horário:
De Segunda a Sábado das 9h às 23h
Na impossibilidade de uma deslocação ao Porto, pode visitar a exposição em Vincent Dioh, onde poderá, também, comprar a pintura que mais lhe agradar.
Se ainda se mantiver e se for essa a sua opção, eu testemunho que o envio pelos CTT é garantido, não só pelo respeito pelo prazo combinado, como pelas condições de embalagem.
Por experiência própria, afirmo que, desde os primeiros traços feitos pelo Vincent e até chegar à nossa mão, cada quadro é um acto de amor que se expressa, inclusivamente, no extremo cuidado com que é feita a acomodação para envio.
(imagem: Anjo Azul Vincent Dioh)
Diz-me, amigo,
onde ancoras a essência
do sentimento amizade:
No teu recôndito umbigo?...
No cabide da influência?...
No saguão da utilidade?...
Pensa, amigo,
no que motiva os arrais
dos barcos que, assim, ancoram:
Porque estão mesmo contigo?...
Porque lhes falta outro cais?...
Porque a tudo se acocoram?...
Vejo, amigo,
que as águas que navegámos
abriram-se em mares diferentes.
Eu honro o meu mar antigo
e, em nome do que rumámos,
não posso seguir contigo.
Mas guardo o que partilhámos,
reflectindo-o no que digo.
(imagem: The reflecting tide - Chris Simpson AllPosters.com)