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São folhas, mas... que culpa tenho, se os meus olhos também vêem pequenas aves que resolveram juntar-se no debicar de um ramo?...
E não são umas aves quaisquer ou que se apresentem de qualquer modo. Não! Fizeram questão de ter algum cuidado na vestimenta. Vêm de capa e capuz...
A Natureza é rica, prodigiosa e generosa - dá-nos o que tem e ainda nos permite outras visões.
E, agora, são aves ou são folhas?...
(imagem: Wine collor leaves - foto de Ricardo Monteiro Álbum da natureza)
Era Setembro e o outono começava a ensaiar, mais uma vez, os primeiros passos.
(imagem: um momento que vi e guardei)
Adoro o chá da tarde, quando o dia
se enfeita de cores quentes, de magia
e com ele me arrasta na ilusão
de ver cavalos marinhos e sereias,
evoluindo em suaves melopeias,
nas ondas inferiores da infusão.
E quando o sol se vai e, num lampejo,
lança o último adeus, o último beijo,
breve, porque amanhã aqui estará,
não entristeço, porque tenho a certeza
de que esta hora de lúdica beleza
vai repetir-se noutras folhas de chá.
(imagem:A chávena de chá - Columbano Bordalo Pinheiro -www.mcb.pt/columbano)
O novo ministro da Agricultura, Pescas e Florestas, Carlos da Costa Neves, elogiou hoje a política de prevenção e vigilância de incêndios do seu antecessor, que promoveu um "esforço notório".
Sete incêndios florestais estavam activos às 19h20 em oito distritos um pouco por todo o país, envolvendo mais de 800 bombeiros no combate às chamas, anunciou o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC).
Centenas de peixes mortos estão a ser hoje retirados do rio Alviela, na sequência de despejos de químicos pelas empresas de curtumes de Alcanena, revelou hoje o presidente da Junta de Vaqueiros.
(excertos de notícias de hoje, 28/Julho/2004, no jornal PÚBLICO)
(imagens: de Vasco Celio-Lusa e Lusa-PUBLICO, respectivamente, publicadas no mesmo jornal)
Arde o meu País
e a minha alma arde
de dor,
de fúria,
de impotência,
porque se acha sempre cedo, quando já é tarde,
seja para o que for,
que não seja a posterior lamúria
ou a pretensão de inocência.
Arde, também, a minha alma,
vendo a fogueira dantesca,
de chamas brutas, incultas,
tanto quanto a própria besta
que, agora, as sopra com palavras vãs... estultas.
(imagem: "incêndio em floresta de Mafra" ampliação a partir de foto da Reuters)
Além, sob as árvores,
em busca de abrigo e de amparo,
negros mulheres e homens estão juntos.
Juntam ou dividem a dor?
Elas choram e cantam, dolentemente, compassadamente.
Eles, convulsos, limpam os olhos que teimam na denúncia da fragilidade.
Olho o ritual e deduzo que choram e cantam por um ente seu que morreu.
O largo é uma fogueira gigante ateada por um sol abrasador.
Passa uma brisa que nem as árvores percebem.
Ou apenas ficaram quietas por respeito a tanta dor?...
E as mulheres choram e cantam, alternadamente
- uma chora-canta e outra, em resposta, canta-chora...
Talvez a brisa, que não mexeu as árvores,
leve na sua carreira este choro-canto, este canto-choro,
até longe, até lá de onde vieram
fugindo à fome, à guerra
ou pela vontade de replantar as suas raízes
- as que foram arrancadas da terra,
da África em que nasceram,
e largadas onde ainda não venceram.
Talvez a brisa faça, por decoro,
o que a vida não fez
- levar de regresso a África,
não o corpo, mas o canto,
o choro,
por alguém que, um dia,
de lá saiu, em pranto,
mas acreditando que lá voltaria,
por inteiro e de vez.
Bem cedo, dizem-me como devo ser,
o que, como e quando devo fazer,
por objectivos que nem sabem se aceito.
Esquecem que posso ter outras vontades,
tentam impor-me velhas realidades
e amarram o meu sonho a um preconceito.
Depois, se, submissa, respeito o figurino,
que dizem ser a matriz do meu destino,
cavando em mim o abismo entre dois seres
- entre o que sou e sinto, mas omito,
e o que exigem que seja e, em vão, imito -,
dizem que não tenho ideias nem quereres.
Mas, se, inconformada, ignoro os rituais
e sigo só os meus impulsos naturais,
logo clamam contra a minha rebeldia
- que sou obstinada e irreverente,
difícil e, até, inconveniente,
pois ser assim é demais, é ousadia!
Sorrindo entre as teias desta contradição
assente, desde sempre, em subtil opressão,
vou resistindo, sem a tentação, sequer,
da vã procura do caminho mais fácil
que tanto conviria a este ser tão frágil,
que teimam em dizer que sou, por ser mulher.
(imagem: Jeune fille devant un mirroirPicasso-http://www.tamu.edu/mo
Para quem quiser usufruir da arte do Mestre Paredes:
1º. Entrar em http://www.cotonete.iol.pt/ouvir/destaq
aparece Carlos Paredes em "Destaques"...
2º. No canto inferior direito, clique em "ouvir"... abre-se uma janela pop-up... escreva o nome do artista na área de pesquisa e clique adiante, na setinha ">"... qdo o locutor terminar a "falação", ouvir-se-á Carlos Paredes - CD "Espelho de sons".
Boa audição!!!
Stop!...
Nos dias vãos de vida que hoje enfrento,
se não me acautelar e defender,
não viverei serei vivida pelo tempo,
num asséptico padrão pronto-a-viver.
(imagem: Reflex foto de Ricardo Monteiro Álbum da natureza)