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Vivem na mira de conseguir um espaço
onde se exibam e em constante busca
de holofotes com bom ângulo de incidência
e contorcem-se mais do que um palhaço
que aposta na figura mais patusca,
p'ra ganhar a aprovação da assistência.
Não são dois ou três - são muitos mais -
e vários são os artifícios que dominam
- ora cantando em grupo, como jograis,
ora a solo, porque em grupo desafinam.
Afirmam as maiores mirabolâncias,
sem que o rosto denote qualquer esgar,
deixando-nos na maior das ignorâncias,
sem sabermos se é pra rir, se é pra chorar.
Atrás deles seguem outros figurões,
- araras e papagaios palradores -
que, usando chavetas e chavões,
lhes servem de descodificadores.
É uma classe satélite, dependente,
como carraça em cão abandonado
- se este encontrar dono que o sustente,
por muito mal que ladre, é comentado.
Vivem ambos do alegre faz-de-conta
que fazem falta, sem darem pelo erro,
que é um falar, que nem barata tonta,
o outro tocar, como viola num enterro.
E assim vão de braço dado e aos baldões,
no desfile interminável dos jarrões.
E nós vamos suportando o despautério,
fingindo que os levamos muito a sério.
(imagem: Clown faces - Cynthia Hart AllPosters.com)