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Trago, gravada em mim a ferro e fogo
e confirmada no mergulho em água fria,
a marca de um enigma que, ao meu rogo,
mais se fecha, mais se nega, mais se esfingia.
Olho-me e não me sei. Cada dia é uma revelação
de mim, da vida
e da noção
até aí adquirida.
Vivo em constante ajustamento
de ideias
e de actos,
lendo nas reacções alheias
os factos,
os sinais,
que filtro, decanto
e, com afã,
inscrevo nos manuais
que releio, dia-a-dia,
para que, amanhã,
não se repita o erro ou o espanto,
perante o que ontem ou hoje eu não sabia.
(imagem: Contemplating an invisible mirror Dali - http://www.art.com/)